quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sequência de Mateus 13, 1 – 53.


Sequência de Mateus 13, 1 – 53j

Justificação:
A escolha desta sequência justifica-se primeiramente pelo facto de que as parábolas nela contidas estão entrelaçadas por um eixo comum, a temática do Reino de Deus. Também as personagens são sempre contínuas: Jesus, os discípulos e a multidão. O conjunto está formado pelas seguintes parábolas:
1. Parábola do Semeador
2. Parábola do Joio
3. Parábola do Grão de Mostarda
4. Parábola do Fermento
5. Parábola do Tesouro e da Pérola
6. Parábola da Rede
A sequência está situada dentro do contexto da revelação do Reino dos Céus que dão a conhecer quem é Jesus. Antecedem à sequência narrativas como: A pergunta de João Baptista a Jesus e o testemunho deste (Mt 11, 2 – 15); o Evangelho revelado aos simples (Mt 11, 25 – 27). Todas elas vão deslindando o verdadeiro significado do Reino dos Céus e da pessoa de Jesus. Mas ao mesmo tempo diversos micro-relatos como: O juízo de Jesus sobre a sua geração (Mt 11, 16 – 19); a maldição às cidades impenitentes (Mt 11, 20 – 24); as espigas arrancadas em sábado (Mt 12, 1 – 8); a cura de um possesso (Mt 12, 22 – 32); o sinal de Jonas (MT 12, 38 – 42), permitem compreender as dificuldades existentes em perceber tanto a pessoa de Jesus, como a profundidade e abrangência da sua mensagem, e justificam assim o recurso às parábolas da sequência sucessiva.
Após a Parábola do Semeador, Jesus justifica o seu método que está em estreita relação com essa dificuldade de aceitação expressa anteriormente: Aos discípulos foram dados a conhecer os “mistérios do Reino” (Mt 13, 11-17), enquanto àqueles que rejeitam Jesus e as suas palavras, estes mistérios permanecem ocultos sob a aparência da Parábola.
Um outro elemento que ajuda a delimitar a sequência é o facto dela se acontecer numa mesma região, embora não identificada claramente, assim, coloca Jesus tanto numa casa, como à beira-mar (grande parte das narrativas das Parábolas situam Jesus sobre uma barca). Esta continuidade no espaço é quebrada quando acabado o discurso Jesus dirige-se para a sua pátria.
Um outro dado importante é que ao longo de toda a sequência a intriga tende a revelar Jesus como aquele que possibilita a chegada e o acesso ao Reino de Deus, através do acolhimento da sua palavra. Portanto, estamos perante uma intriga de revelação.


Aplicação do Esquema Quinário
Mt 13, 24 – 30 - Parábola do Joio
1. Situação Inicial: Jesus propõe uma nova parábola. (Mt 13, 24)
2. Nó: Um homem semeia boa semente no seu campo; durante a noite, o seu inimigo semeia joio junto da boa semente. O dono do campo tem que tomar uma decisão. (Mt 13 24 -28)
3. Acção Transformadora: O homem deixa crescer o trigo e o joio para poupar o trigo de ser arrancado antes de tempo. (Mt 13, 29 – 30)
4. Desenlace: Na colheita, o joio será separado do trigo. (Mt 13, 30)
5. Situação Final: O joio será queimado e o trigo guardado no celeiro. (Mt 13, 30)

Enquadramento Espaço-temporal de Mt 13, 24 - 30
A espacialidade do micro-relato não é simples de determinar precisamente pelo facto do micro-relato ser uma parábola. Contudo podemos falar de uma espacialidade simbólica. Desta forma elementos espaciais presentes na parábola como o campo e o celeiro, adquirem uma nova conotação.
Quando abordamos a dimensão da temporalidade, nos defrontamos com uma situação semelhante: a temporalidade da parábola é também simbólica. Toda ela está carregada de um forte teor escatológico. Assim, elementos temporais como o facto de o joio ser plantado à noite, e de aguardar até o tempo da ceifa para separar o joio do trigo, oferecem justificações claras para a dimensão escatológica da parábola.

Aluno: David Jesús Cerdas Vega
Nº 110104534

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