terça-feira, 12 de outubro de 2010

Enquadramento no Espaço e Tempo de um Micro-relato

Mc 5, 38-43

“38 Ao chegar a casa do chefe da sinagoga, encontrou grande alvoroço e gente a chorar e gritar. 39 Entrando, disse-lhes: “Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu, está a dormir.” Mas faziam troça dele. Jesus pôs fora aquela gente e, levando consigo apenas o pai, a mãe da menina e os que vinham com Ele, entrou onde ela jazia.

41 Tomando-lhe a mão, disse “Talitha qûm!”, isto é, “Menina, sou Eu que te digo: levanta-te!” 42 E logo a menina se ergueu e começou a andar, pois tinha doze anos. Todos ficaram assombrados. 43 Recomendou-lhes vivamente que ninguém soubesse do sucedido e mandou dar de comer à menina.”

Enquadramento espacial:

O espaço apresenta-se como um elemento de extrema importância, pois é neste que tudo se realiza.

É importante saber onde se realiza a acção, onde se encontra Jesus.

O seu enquadramento pode ser a nível político, estando relacionado com o local geográfico, como Jerusalém, Galileia; topográfico, tendo em conta se o relato ocorre em mar ou em terra; e arquitectónico, pois a acção poderá realizar-se dentro de uma casa, ou fora dela.

Neste caso, Mc 5, 38-43:

Político | Jesus encontra-se na cidade de Cafarnaúm.

Este facto é conhecido graças ao Evangelho de S.Mateus 9,1: “Depois disto, subiu para o barco, atravessou o mar e foi para a sua cidade,...” , sendo “a sua cidade” a Cidade de Cafarnaúm. Tendo em conta que neste Evangelho, Jesus mantém-se nesta cidade enquanto ocorre este micro-relato Mc 5, 38-43, que no Evangelho de S. Mateus é descrito em Mt 9, 18-26.

Apenas recorrendo ao Evangelho de S. Marcos, Mc 5, 38-43, e a passagens anteriores, é difícil de enquadrar espacialmente a nível político este episódico, pois S. Marcos não dá qualquer indício em que local geográfico se situa a acção. Resultando na consulta do Evangelho de S. Mateus para este ponto.

Topográfico | A nível topográfico, este episódio situa-se me terra, pois começa com a chegada de Jesus a casa de Jairo, “38 Ao chegar a casa do chefe da sinagoga,...”.

Arquitectónico | A acção propriamente dita, onde ocorre o Nó, Acção transformadora, Desenlace e Situação final, segundo o esquema quinário, elaborado no trabalho anterior, ocorre no interior da casa de Jairo, “...Mas faziam troça dele. Jesus pôs fora aquela gente e, levando consigo apenas o pai, a mãe da menina e os que vinham com Ele, entrou onde ela jazia.

41 Tomando-lhe a mão, disse “Talitha qûm!”, isto é, “Menina, sou Eu que te digo: levanta-te!” 42 E logo a menina se ergueu e começou a andar, pois tinha doze anos. Todos ficaram assombrados. 43 Recomendou-lhes vivamente que ninguém soubesse do sucedido e mandou dar de comer à menina.”, não havendo qualquer indicação que Jesus terá saído ou mudado para outro espaço arquitectónico.

Enquadramento Temporal:

Neste micro-relato estamos perante uma Cena, pois o tempo da história é igual ao tempo do relato, pois ocorre um diálogo em “38 Ao chegar a casa do chefe da sinagoga, encontrou grande alvoroço e gente a chorar e gritar. 39 Entrando, disse-lhes: “Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu, está a dormir.””.

No entanto, seguidamente deparamo-nos com um Sumário, pois apesar de a descrição ser breve sobre este momento da acção, temos consciência que o tempo da história terá sido mais longo que o tempo do relato, em “Mas faziam troça dele. Jesus pôs fora aquela gente e, levando consigo apenas o pai, a mãe da menina e os que vinham com Ele, entrou onde ela jazia.”

Novamente, estamos perante uma Cena, onde o tempo da história corresponde ao tempo do relato, ocorrendo novamente um diálogo, “41 Tomando-lhe a mão, disse “Talitha qûm!”, isto é, “Menina, sou Eu que te digo: levanta-te!” 42 E logo a menina se ergueu e começou a andar, pois tinha doze anos.”

Por fim, encontramos novamente um Sumário, pois é claro que o tempo do relato reduzido relativamente ao tempo da história, “Todos ficaram assombrados. 43 Recomendou-lhes vivamente que ninguém soubesse do sucedido e mandou dar de comer à menina.”

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