sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Tipificação dos Milagres no Evangelho segundo S. Marcos

Passo: Mc 5, 21-43.

Análise:

1. O doente ou perturbado abeira-se de Jesus: 22Chegou, então, um dos chefes da sinagoga, de nome Jairo, e, ao vê-lo, prostrou-se a seus pés”.

2. É feita uma petição: “23e suplicou instantemente: «A minha filha está a morrer; vem impor-lhe as mãos para que se salve e viva”.

3. É vencido um obstáculo como demonstração de fé: 24Jesus partiu com ele, seguido por numerosa multidão, que o apertava.”; 35Ainda Ele estava a falar, quando, da casa do chefe da sinagoga, vieram dizer: «A tua filha morreu; de que serve agora incomodares o Mestre?» 36Mas Jesus, que surpreendera as palavras proferidas, disse ao chefe da sinagoga: «Não tenhas receio; crê somente.»”; “38Ao chegar a casa do chefe da sinagoga, encontrou grande alvoroço e gente a chorar e a gritar. 39Entrando, disse-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu, está a dormir.» 40Mas faziam troça dele. Jesus pôs fora aquela gente e, levando consigo apenas o pai, a mãe da menina e os que vinham com Ele, entrou onde ela jazia”.

4. Jesus toca no enfermo e/ou pronuncia palavras: 41Tomando-lhe a mão, disse: «Talitha qûm!», isto é, «Menina, sou Eu que te digo: levanta-te!»”.

5. O efeito: 42aE logo a menina se ergueu e começou a andar, pois tinha doze anos”.

6. A reacção: “42bTodos ficaram assombrados. 43Recomendou-lhes vivamente que ninguém soubesse do sucedido e mandou dar de comer à menina”.

Aluno: Paulo Pires

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Adalbert Rebic – «O papel de Moisés e Elias na Transfiguração»

A Transfiguração de Jesus representa um momento glorioso e misterioso na vida de Jesus.

Neste fascículo da Revista Communio, o exegeta croata Adalbert Rebic apresenta o resultado do seu estudo sobre o significado e o alcance teológico dos textos sinópticos acerca da glória de Nosso Senhor, assim como o papel de Moisés e Elias na Transfiguração, em três partes.

Na primeira parte, intitulada “a Transfiguração de Jesus no Evangelho segundo S. Marcos” (pp. 136-139), o autor começa por situar o lugar onde Marcos insere a cena da Transfiguração. Em seguida analisam-se alguns pontos fundamentais, a saber: a menção aos «seis dias»; o «segredo messiânico; a incapacidade de compreensão deste mistério, por parte dos discípulos; a «nuvem»; e, por fim, a alteração da ordem de Moisés e Elias.

Na segunda parte, intitulada “a narrativa da Transfiguração segundo S. Mateus” (pp. 139-141), analisa-se o carácter apocalíptico e escatológico utilizado pelo evangelista Mateus na sua narrativa. Em seguida, explica-se o ponto central da mesma: a «voz divina». Por fim, procura-se enquadrar, num quadro mais amplo, o motivo da aparição de Moisés e Elias, bem como interpretar as suas respectivas aparições.

Na terceira parte, intitulada “a Transfiguração segundo S. Lucas” (pp. 142-143), procura-se analisar alguns elementos significativos – a oração contemplativa de Jesus, a alteração da data do acontecimento da Transfiguração, os paralelos que esta última assume com a agonia no Getsémani e com a Ascensão de Jesus – que evidenciam a interpretação teológica que Lucas dá à narrativa da Transfiguração. Por outro lado, o autor faz menção à palavra «partida» (teor do diálogo entre Moisés, Elias e Jesus), com uma explicação muito interessante. Refere-se, por fim, o significado teológico que Lucas dá a Jesus, a partir de Moisés e Elias.

O presente estudo «acentua como a presença de Moisés e Elias nos abre para o profundo significado do acontecimento: “O profeta Elias e o legislador Moisés estão presentes na Transfiguração como as principais testemunhas em nome da Lei e de todos os profetas do Antigo Testamento. Testemunham que Jesus é o verdadeiro Messias e o verdadeiro Filho de Deus que é preciso seguir e escutar”».

Fonte: Revista Internacional Católica COMMUNIO XXV

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

BROSSIER, François - «Les Évangiles disent-ils vrai?»

A questão sobre a veracidade histórica de Jesus, contida nos Evangelhos:

A questão sobre a veracidade histórica de Jesus, contida nos Evangelhos, nunca foi tão veemente colocada como no séc. XX.

Algumas fontes extra-bíblicas (Flávio Josefo) testemunham que, de facto, Jesus existiu, morreu numa cruz e que tinha perto de si um grupo de outros homens que com ele convivia. No entanto, tais factos não podem servir de base para uma verificação histórica dos evangelhos. Coloca-se, então, a questão: são viáveis?

Esta pergunta torna-se mais pertinente quando se verifica que os relatos evangélicos não são de todo iguais, isto é: há diferenças de conteúdo entre os três evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) e destes com o de João. Levanta-se outra questão: qual a razão?

Neste contexto, o professor catedrático do instituto católico de Paris explica que o termo «história» presta-se a diferentes acepções: apresentar factualmente os acontecimentos; relatar factos imaginários (por exemplo: «contar uma história»); proceder a uma interpretação da realidade dos eventos.

No caso dos evangelhos estamos perante uma destas acepções. Os evangelistas não procuraram tanto uma descrição factual da história de Jesus, mas sim conservar o testemunho e a pregação daqueles que foram protagonistas de uma autêntica aventura. Por outro lado, a vontade que preside ao trabalho dos evangelistas é a de fazer compreender ao leitor o sentido e significados da vida, morte e ressurreição de Jesus: estão, portanto, ao serviço da interpretação sobre a pessoa de Jesus.

O questionamento sobre a veracidade histórica de Jesus procede da cultura dominante – marcada fortemente pelo positivismo histórico e científico. O teólogo Paul Ricouer dá um enorme contributo para alargar esta redutora concepção histórica. Segundo Ricouer há duas maneiras de escrever história: a representação e a produção.

Deste modo, no caso dos Evangelhos estamos mais próximos da produção do que, meramente, de uma reprodução. O fundamentalismo e a desvalorização da sua credibilidade, por parte do leitor, revelam a incapacidade para a compreensão da natureza da história que está por detrás da redacção evangélica, bem como, a incapacidade para se colocarem na pele do respectivo autor.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Teologia do Evangelho de Marcos: O Evangelho segundo São Marcos é o mais conciso e dinâmico dos quatro Evangelhos.

O espírito do Evangelho de Marcos é evidente logo no primeiro capítulo, onde por 11 vezes usa a palavra grega euthus, “logo” ou “imediatamente”. Transmite constantemente o senso de urgência e iminência à actividade de Cristo por usar esta palavra 42 vezes no seu registo escrito.

No começo do primeiro capítulo, o relato de Marcos diz que Jesus foi baptizado por João no rio Jordão. Já nos versículos 16 a 21, Cristo elege quatro discípulos que o acompanham na sua primeira viagem de pregação na Galileia. Sobre os primeiros dois, Simão e André que eram pescadores, lemos: “E eles abandonaram imediatamente [euthus] as suas redes e o seguiram.” Depois, Jesus escolheu Tiago e João, que estavam consertando suas redes junto com o pai, “e logo [euthus] os chamou”. — Marcos 1:10-43.

O estilo dinâmico e distintivo, de Marcos, é também ilustrado pelo relato nos capítulos nove e dez, onde descreve a multidão como “acorrendo” para Jesus, e, mais tarde, que ela “afluía”. O rico e jovem governante, indagador, “chegou correndo . . . e pôs-se de joelhos” diante de Cristo. Somente Marcos, dentre os escritores dos Evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) menciona a forma apressada com se dirigem a Jesus nestes casos. — (Podemos compara: Marcos 9:15, 25; 10:17; Mateus 19:16 e Lucas 18:18).

Para quem escreveu Marcos? É evidente que cada escritor evangélico teria em “mente” um tipo diferente de leitor. Mateus escreveu primariamente aos judeus, destacado pelas suas muitas referências às Escrituras Hebraicas e pela sua preocupação com a genealogia de Jesus, provando sua descendência legítima de Abraão, e de David. Lucas escreveu em benefício do “excelentíssimo Teófilo” e dos povos de todas as nações, remontando sua genealogia até Adão. (Lucas 1:1-4; 2:14; 3:23-38) Assim, cada um usou um estilo diferente, e salientou e enfocou algo diferente. Para quem, em especial, escreveu Marcos?

Outra evidência de que Marcos escreveu principalmente para os gentios é que ele não faz menção noque diz respeito ao nascimento ou à genealogia de Jesus. De facto, inicia o seu relato como ministério de João, o “Baptizador”, e o anúncio do Messias. Marcos foi o primeiro escritor evangélico.

Como é que Marcos retrata a Cristo? Temos dificuldade em acompanhar o passo desse dinâmico fazedor de milagres. Podemos “assistir” a realização de cerca de 19 milagres, em pelo menos 10 locais diferentes nas redondezas da Galileia e da Judeia. Contudo, ajuda-nos ao mesmo tempo a visualizar o compassivo Jesus. Traz à luz pormenores como em nenhum outro Evangelho, e salienta claramente as reacções emocionais de Jesus. Por exemplo:

“As pessoas começaram então a trazer-lhe criancinhas, para que as tocasse; mas os discípulos as censuraram. Vendo isto, Jesus ficou indignado e disse-lhes: ‘Deixai vir a mim as criancinhas’ . . . E tomou as criancinhas nos seus braços e começou a abençoá-las.” — Marcos 10:13-16.

Pedro, a testemunha ocular, recordava-se evidentemente da reacção emocional justa de Jesus. Daí Jesus disse: “Deixai vir a mim as criancinhas; não tenteis impedi-las.” Neste ponto Marcos introduz um toque bem humano que os escritores Mateus e Lucas não mencionam. É como se ele usasse lentes zoom para se aproximar mais e salientar um pormenor ao escrever: “E tomou as criancinhas nos seus braços.” Aqui estão presentes a acção e a compaixão ao mesmo tempo. Visualizamos realmente a Jesus através dos olhos bem humanos e humanitários de Pedro. Para nossa felicidade, o Espírito Santo induziu Marcos a incluir esse pequeno retoque que dá mais colorido e calor humano ao quadro.

O relato de Marcos é dinâmico e vigorosa, dificilmente se consegue acompanhar o itinerário geográfico, há mudanças repentinas de local, um movimento constante. O próprio fim não é um fim mas um recomeço, quando diz que Jesus já não se encontra no sepulcro e que os precede a caminho da Galileia, onde tudo começou.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O Evangelho de Lucas
O Evangelho de Lucas e é o terceiro livro do Novo Testamento. Lucas era um médico e provavelmente muito bem-educado, devido ao estilo e estrutura do seu texto escrito. O Evangelho de Lucas é endereçado a Teófilo e focaliza-se na história completa de Jesus Cristo, do seu nascimento e ministério à Sua crucificação e ressurreição. O Evangelho de Lucas focaliza-se nos ensinamentos de Cristo sobre a salvação e a realização das profecias do Antigo Testamento sobre a vinda do Messias. Ele inclui a linda história do nascimento de Jesus e a concepção milagrosa do Espírito Santo. Estudiosos bíblicos geralmente concordam que o Evangelho de Lucas foi escrito entre 59 e 70 D.C.
O Evangelho de Lucas é organizado em oito secções principais que descrevem a vida, ministério e milagres de Jesus Cristo. Esse Evangelho é cheio de detalhes sobre a história e eventos daquela época. Cuidadosamente inclui detalhes sobre a cultura política e as famílias que viveram na época de Jesus e do Seu ministério terreno. A primeira secção começa com uma introdução que explica o propósito do Evangelho do ponto de vista do autor humano. A segunda secção, que começa com o quinto versículo do primeiro capítulo, descreve os eventos que aconteceram durante a vinda de Jesus Cristo e João Batista. Essa secção descreve o nascimento de Jesus e alguns eventos de Sua infância. A primeira vez que o livro cita algo que Jesus falou é no segundo capítulo, versículo 49. A terceira secção detalha os eventos que dão início ao ministério público de Jesus, incluindo o Seu baptismo (Lucas 3:21,22) e Sua tentação (Lucas 4:1-13). Os quatro capítulos seguintes formam a quarta secção do Evangelho de Lucas, incluindo o início do Seu ministério, a escolha dos 12 Apóstolos (Lucas 6:12-16) e a execução de milagres (Lucas 4:35, 4:39, 5:13). Por todos esses capítulos, Jesus demonstrou muitos poderes que serviram para validar Sua autoridade dada por Deus, incluindo a autoridade de perdoar pecados (Lucas 5:20, 7:48), a autoridade de conhecer nossos pensamentos (Lucas 5:22), a autoridade de curar pessoas (Lucas 6:8), a autoridade de oferecer paz (Lucas 7:50), a autoridade sobre a natureza de acalmar uma tempestade (Lucas 8:24). Essa secção também descreve muitas lições e ensinamentos de Jesus que são princípios que devemos seguir para que vivamos uma vida que agrada a Deus.A quinta secção do Evangelho de Lucas começa com o capítulo 9, versículo 10, quando Jesus executa o milagre de alimentar a multidão de cinco mil pessoas com cinco pães e dois peixes (Lucas 9:10-17). O Apóstolo Pedro confessa que Jesus é o Cristo (também conhecido como o Messias) (Lucas 9:20). Nos versículos 9:28-34, a transfiguração é descrita em detalhes. O início da sexta secção descreve o ministério de Jesus na Judeia, começando com o capítulo 9, versículo 51. Jesus dá instruções aos Seus seguidores sobre como ajudar outras pessoas através dos discípulos (Lucas 10:1-17); Jesus nos ensina a orar efectivamente (Lucas 11:2-4); Jesus adverte as pessoas a como não agir, incluindo advertência contra a hipocrisia e criticar demasiadamente (Lucas 11:37-52); Jesus encoraja os Seus seguidores a não se preocuparem com nenhuma necessidade nessa vida, mas a confiar em Deus (Lucas 12:22-34); Jesus também afirma fortemente que devemos nos arrepender (livrar-nos dos pecados) ou perecer (Lucas 13:1-5). A sétima secção do Evangelho de Lucas começa no capítulo 13:22 até 19:22 e descreve muitos ensinamentos e milagres de Jesus. Jesus quase exclusivamente usa parábolas para ensinar lições importantes sobre como viver. A oitava e última secção do Evangelho descrevem detalhes importantes sobre o julgamento, crucificação e ressurreição de Jesus Cristo. Jesus novamente mostra sua autoridade ao saber de tudo ao seu redor (Lucas 19:30). Jesus então dá várias instruções finais sobre como viver (Lucas 21:19,34) e como depender de Deus (Lucas 22:40,46). Ele novamente confirma Sua autoridade como o Filho de Deus (Lucas 22:70). Finalmente, capítulo 24 descreve em detalhes a ressurreição de Jesus e a Sua ascensão aos céus.
O Evangelho de Lucas apresenta muitos factos importantes e lições significantes sobre Jesus Cristo. Primeiro, o Evangelho claramente estabelece que Jesus Cristo é o Messias profetizado no antigo Testamento. Segundo, o Evangelho prova que Jesus é o Filho de Deus, assim como Ele clama. Terceiro, esse evangelho confirma que Jesus tem autoridade completa sobre qualquer coisa nesse mundo, incluindo o mal, a natureza, a morte, doenças, perdão de pecados, bênções e a autoridade de dar vida eterna no céu (Lucas 23:43). Jesus demonstrou o milagre de superar Sua própria morte através da Sua ressurreição depois de ter sido crucificado na cruz. O Evangelho de Lucas providencia uma narrativa de primeira-mão dos eventos da vida de Cristo, baseado nos próprios Apóstolos ou outras testemunhas.
Evangelho de Marcos
Evangelho de Marcos é um dos quatro evangelhos na Santa Bíblia e é o segundo livro em ordem cronológica apresentado no Novo Testamento. Marcos era um amigo de Simão Pedro, um dos 12 apóstolos que seguiram Jesus Cristo durante o Seu ministério público na terra. Pedro era muito próximo de Jesus e depois da crucificação de Jesus na cruz romana foi um dos fundadores da igreja Cristã primitiva. O consenso entre os estudiosos é que o livro de Marcos foi escrito entre 50 e 60 D.C. O autor é mencionado várias vezes no Novo Testamento, começando o livro de Actos, capítulos 12 e 13, em Colossenses 4:10; e finalmente em 2 Timóteo 4:11. Esse livro tem 16 capítulos e é o livro mais curto dos quatro evangelhos. No entanto, os detalhes dos eventos e milagres de Jesus nesse livro são consistentes com os outros três evangelhos: Mateus, Lucas e João.
O Evangelho de Marcos é dividido em sete secções que descrevem a vida e o ministério de Jesus Cristo. O primeiro capítulo começa com uma citação de Isaías, um profeta do Antigo Testamento, e João Baptista, o qual profetizou sobre a vinda do Messias. Esse capítulo também detalha o baptismo e tentação de Jesus. O começo da segunda secção do livro descreve o momento quando Jesus convida Simão Pedro e seu irmão André para fazerem parte do Seu ministério juntamente com mais dez discípulos (Marcos 1:14-20). Jesus começa a executar milagres durante a segunda secção do livro (Marcos 1:21), conhecida também como o seu Ministério Galileu até o versículo 6:29. Secção três descreve a saída de Jesus e Seus discípulos da Galileia e o milagre de alimentar 5000 pessoas com cinco pães e dois peixes (Marcos 6:37-44). Esse capítulo também descreve o milagre de Jesus andando sobre as águas (Marcos 6:49), a confissão de Pedro de que Jesus era o Messias (Marcos 8:29), e a transfiguração (Marcos 9:2-5). Na última parte dessa secção, Jesus prediz Sua morte e ressurreição (Marcos 9:32). Secção quatro, começando com o versículo 9:33, cobre o período quando Jesus vai até Cafarnaum e prega aos Seus discípulos sobre quem é o maior (Marcos 9:36) e vários outros assuntos. Jesus então vai até a Judeia na secção cinco, começando com o capítulo 10. Lá, Ele ensina sobre vários assuntos, executa o milagre de restaurar a visão de um homem cego que demonstra fé (Marcos 10:52) e novamente prediz a Sua morte e ressurreição aos Seus discípulos (Marcos 10:33, 34). Capítulos 11 a 15 começam com sua entrada triunfal em Jerusalém montado em um jumento (Marcos 11:1-11:11). Em Jerusalém, Jesus ensina muitas lições ao responder várias perguntas, ao contar parábolas e ao dar advertências às pessoas. A Santa Ceia é mencionada várias vezes nos versículos 14:17-26. Jesus então é preso, julgado e crucificado na cruz. A última secção do livro de Marcos detalha a ressurreição de Jesus Cristo do túmulo.O Evangelho de Marcos apresenta muito factos e lições importantes. Primeiro, esse livro claramente estabelece que Jesus Cristo é o Messias profetizado no Antigo Testamento. Segundo, esse livro prova que Jesus era o que clamava ser: o Filho de Deus que viveu uma vida sem pecado e perfeita. Terceiro, o Evangelho regista os milagres de Jesus sobre a natureza (acalmando a tempestade; 4:37-41, andando sobre as águas; 6:48-51, e a figueira cujas raízes secaram; 11:12-14). Outros milagres foram a cura de muitas pessoas, incluindo a sogra de Pedro (1:30-31), o homem paralítico (2:3-12), a mulher com hemorragia (5:25-29), e o mudo e surdo (7:31-37). Jesus também demonstrou poderes milagrosos sobre a morte ao ressuscitar a filha de Jaíro (5:37-39). O facto mais importante no Evangelho de Marcos é a evidência que Jesus Cristo venceu o poder da morte através de Sua ressurreição do túmulo. Ele provou que não há qualquer poder maior que Ele, que Ele tem a autoridade de perdoar pecados, e que Ele é o Único Filho de Deus. Por último, Jesus dá instruções perfeitas sobre como Deus quer que as pessoas vivam, como responder a circunstâncias difíceis e a como fazer decisões sobre o futuro e eternidade.
Evangelho de Mateus
O Evangelho de Mateus é um dos quatro evangelhos na Sagrada Escritura e o primeiro livro em ordem cronológica apresentado no Novo Testamento. Mateus foi um dos 12 apóstolos que estavam com Jesus Cristo durante o Seu ministério público aqui na terra. Evangelho de
O Evangelho de Mateus é dividido em oito secções que descrevem as partes diferentes da vida de Jesus. Começa com a Genealogia de Jesus que estabelece e prova que Ele era um descendente do Rei David. Esse facto é importante porque é consistente com a descrição do Antigo Testamento sobre o Messias.
O Evangelho de Mateus apresenta muitos factos e lições importantes. Primeiro, esse livro claramente estabelece que Jesus Cristo é o Messias profetizado no Antigo Testamento. Segundo, esse Evangelho prova que Jesus era o Filho de Deus ao mostrar como Ele viveu uma vida perfeita e sem pecado. Terceiro, o Evangelho regista Jesus executando milagres sobre a natureza (acalmando a tempestade; Mateus 8:23-27), curando os enfermos (curando o servo; Mateus 8:5-13) e ressuscitando os mortos (a filha de Jaíro, Mateus 9:18-19). Quarto, Jesus pessoalmente dá-nos muitas lições reais e práticas sobre como Deus quer que as pessoas vivam e respondam às circunstâncias difíceis, e como devem fazer escolhas sobre seu futuro e eternidade. Alguns exemplos incluem: ter fé (9:29), lidar com o medo (8:26), Deus responde as orações (8:2), a promessa de salvação (10:22), obedecer a Deus (15:19), amar ao próximo (19:19), sacrifício (20:22), resolver problemas com a lei (5:25), como dar generosamente a outras pessoas (6:2), perdoar ao próximo que peca contra você (6:14), resistir a tentação (4:2), advertência contra ser um hipócrita (23:28), confessar a Cristo (10:32) e a imagem do céu e inferno (13:49,50). Cada palavra falada e escrita nessa Evangelho pode ser aplicada à vida de uma maneira prática. Claro que um resumo deste tão importante livro pode apenas destacar os pontos mais importantes, e não serve como um substituto do texto actual.
O último capítulo do Evangelho de Mateus especifica a chamada de todos os discípulos de Cristo: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, baptizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mateus 28:19-20). Essa é a missão de todos os Cristãos que têm um compromisso fiel a Jesus Cristo: propagar as Boas Novas de Jesus Cristo ao mundo e ensinar as lições que Ele comanda.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Análise Narrativa 5

A narrativa de São Marcos


O evangelho de São Marcos é certamente um evangelho com características muito próprias e muitas poderiam ser destacadas. Não obstante, destacaríamos quatro características que nos parecem bastante importantes para a teologia narrativa de São Marcos presente no seu evangelho.
A primeira característica a relevar em São Marcos refere-se ao narrador marcano que conta a história de Jesus fora do próprio relato, ou seja, o narrador de São Marcos não é de todo um personagem da história. De tal maneira assim é que o narrador inicia o relato em tempo passado (Cfr., RHOADS, David, DEWEY, Joanna, MICHIE, Donald, Marcos como relato, Trad. Rosa A. Martín Vegas, Ed. Sígueme, p.61) e ao mesmo tempo este narrador não só não está condicionado pelo espaço e pelo tempo, pois conhece toda a história que pretende narrar, como é um narrador omnisciente, por isso é capaz de contar não só as palavras e acções das personagens, incluindo de Jesus, mas também o que pensam, o seu estado de ânimo, os seus sentimentos íntimos (Mc 2: 6-7; 3: 5).
A segunda característica que poderia ser evidenciada no evangelho de São Marcos e que diz respeito ainda ao narrador tem a ver com o facto de este conduzir o leitor por meio de apartes, de informações, comentários e traduções de termos aramaicos que ajudam à compreensão do texto. Na verdade, o narrador parece dirigir-se directamente ao leitor (Mc 13: 14; 6:6; 7:19). Mas importa saber que este narrador não é neutro (Cfr., Marcos como relato, p.65), e isso fica imediatamente expresso pelo primeiro versículo do primeiro capítulo de evangelho marcano: «Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus». Ao mesmo tempo podemos ver essa confirmação em inúmeros passos do evangelho de São Marcos quer quando o narrador induz o leitor a valorizar ou a desvalorizar determinada personagem, ou seja, apresentando-a como uma personagem simpática ou até empática (Mc 7: 24-30; ) como no caso da mulher siro-fenícia ou do “jovem” rico (Mc 10: 17-22), ou como uma personagem antipática (Mc 12, 13) como são os fariseus ou os doutores da Lei considerado então como opositores de Jesus.
A terceira característica importante do evangelho de Marcos é uso recorrente e importante da figura literária da analepse (recordação) e prolepse (antecipação). A analepse ajuda à memória do leitor clarificando e aumentando o conhecimento do leitor (Cfr., Marcos como relato, p.73) como no caso de Mc 3: 22-29 em se afirma que Jesus está possuído de Satanás, mas Jesus objecta que se fosse de Satanás estaria contra Satanás, ficando o reino divido. Deste modo os leitores recordam o confronto anterior de Jesus com Satanás no deserto (Mc 1, 13), aprofundando assim esse episódio e considerando-o de um novo modo (Cfr., Marcos como relato, p.73). No que diz respeito à prolepse temos que o narrador conta um acontecimento que acontecerá depois. Assim temos que a narração remomorativa da morte de João Baptista a mandato de Herodes em Mc 6: 14-29, antecipa a morte de Jesus por mandato de Pilatos em Mc 15: 15. Outro claro exemplo de uma prolepse de estilo profético, isto é, a profecia utilizada como antecipação, em São Marcos são os três relatos da Paixão em Mc 8: 31; 9: 31 e 10: 33 (Cfr., Marcos como relato, p.73)
A prolepse e a analepse são duas técnicas literárias que ligam a narração, isto é, ajudam à sua unidade e ao mesmo tempo fazem avançar a própria narração para a frente ou para trás, criando suspense e mistério que só será totalmente compreendido quando de facto os acontecimentos tiverem lugar (Cfr., Marcos como relato, p.73.)
Em quarto lugar consideramos a progressão narrativa a 2 passos utilizada por São Marcos, consiste em na utilização de dois elementos, proposições, pares de orações e até a estrutura de um episódio, em que o segundo elemento confirma o primeiro. São exemplo desta técnica a referência à hora em Mc 1: 31: «À noitinha, depois do sol-pôr, trouxeram-lhe todos os enfermos e possessos». Neste passo a referência ao sol que se põe confirma o primeiro elemento da frase, denotando assim o final do sábado que era o momento em que as pessoas podiam voltar a viajar e, consequentemente, já podiam pedir a Jesus que os curasse (Cfr., Marcos como relato, p.74). Um exemplo de um episódio cuja progressão é feita a dois passos é o da cura do cego de Betsaida em Mc 8: 22-26. Este célebre episódio apresenta-nos um cego que é curado por Jesus uma primeira vez mas o cego ainda que recupere a vista não vê claramente. Então Jesus toca-o de novo e passa a ver de modo perfeito todas as coisas, pois que antes apenas via homens como árvores.
A progressão a dois passos conduz o leitor a um segundo olhar que clarifica e acentua determinado aspecto (Cfr., Marcos como relato, p.75). O evangelho no seu conjunto pode ser visto como estando estruturado num esquema progressivo a dois passos, pois, como já referimos, o primeiro versículo do primeiro capítulo apresenta-nos Jesus Cristo como o Filho de Deus (Mc 1: 1), algo que será confirmado em Mc 15: 39 quando o centurião exclama que «verdadeiramente este homem era Filho de Deus» (Cfr., Marcos como relato, p.75). A progressão a dois passos ao mesmo tempo está em ordem à revelação de Jesus que em São Marcos é progressiva. O discípulo e o leitor, quem sabe futuro discípulo, é chamado a encetar um caminho de descoberta sobre quem é Jesus, ainda que isso já lhe seja devidamente dito, como petição de princípio, no inicio do evangelho. A progressão a dois passos conduz a uma visão mais clara e compreensiva de Jesus em clara sintonia com a própria intenção do relato marcano.
Outros aspectos particulares em São Marcos poderiam ser relevados, os episódios progressivos em séries de três; o elevado números de perguntas feitas no Evangelho, sendo a maioria das quais dirigidas a Jesus sem que estas obtenham d’Ele uma resposta cabal; as parábolas, as citações da Escritura ou a ironia marcana, mas consideramos que no conjunto do evangelho as quatro características referidas anteriormente são as mais relevantes.
A entrada de Jesus em Jerusalém

1-Estando próximos de Jerusalém, perto de Betfagé e de Betânia, junto ao Monte das Oliveiras, Jesus enviou dois dos seus discípulos 2e disse-lhes: «Ide à povoação que está em frente de vós e, logo que nela entrardes, encontrareis um jumentinho preso, que ainda ninguém montou. Soltai-o e trazei-o. 3E se alguém vos perguntar: ‘Porque fazeis isso? ‘respondei: ‘O Senhor precisa dele;’ e logo o mandará de volta.» 4Partiram e encontraram um jumentinho preso junto de uma porta, do lado de fora, na rua, e soltaram-no. 5Alguns que ali se encontravam disseram-lhes: «Que é isso de soltar o jumentinho?» 6Responderam como Jesus tinha dito e eles deixaram-nos ir. 7Levaram o jumentinho a Jesus, lançaram-lhe por cima as capas e Jesus montou nele. 8Muitos estenderam as capas pelo caminho; outros, ramos de verdura que tinham cortado nos campos. 9E tanto os que iam à frente como os que vinham atrás gritavam:
Hossana!
Bendito seja o que vem em nome do Senhor!
10Bendito o Reino do nosso pai David que está a chegar.
Hossana nas alturas!


O enquadramento

O enquadramento espacial da acção numa tipologia de tipo topográfica, em primeiro, nas proximidades de Jerusalém, de Betfagé e Betânia, junto ao monte das oliveiras (v.1), depois na aldeia onde o jumento se encontrava (v.4-6).

Em relação à dimensão temporal, a acção passa-se no tempo factual, durante um dia ou mais.


A temporalidade

O relato abre-se com uma velocidade normal caracterizada da cena que constitui o diálogo em que Jesus envia os discípulos à aldeia (v.2/3). Passamos depois para um ritmo do tipo de sumário em que em poucas palavras já os discípulos trouxeram o jumento e Jesus montou e caminhou montado onde é aclamado. Este ritmo apenas é interrogado nos versículos 5 e 6, no diálogo entre os dois discípulos e os habitantes da aldeia em que se encontrava o animal. Assim, o relato termina com a multidão a dar graças, aclamando Jesus.

Para terminar podemos dizer que se trata aqui de um relato singulativo, já que apenas narra uma vez acontecimento único da história contada.
A entrada de Jesus em Jerusalém

1-Estando próximos de Jerusalém, perto de Betfagé e de Betânia, junto ao Monte das Oliveiras, Jesus enviou dois dos seus discípulos 2e disse-lhes: «Ide à povoação que está em frente de vós e, logo que nela entrardes, encontrareis um jumentinho preso, que ainda ninguém montou. Soltai-o e trazei-o. 3E se alguém vos perguntar: ‘Porque fazeis isso? ‘respondei: ‘O Senhor precisa dele;’ e logo o mandará de volta.» 4Partiram e encontraram um jumentinho preso junto de uma porta, do lado de fora, na rua, e soltaram-no. 5Alguns que ali se encontravam disseram-lhes: «Que é isso de soltar o jumentinho?» 6Responderam como Jesus tinha dito e eles deixaram-nos ir. 7Levaram o jumentinho a Jesus, lançaram-lhe por cima as capas e Jesus montou nele. 8Muitos estenderam as capas pelo caminho; outros, ramos de verdura que tinham cortado nos campos. 9E tanto os que iam à frente como os que vinham atrás gritavam:
Hossana!
Bendito seja o que vem em nome do Senhor!
10Bendito o Reino do nosso pai David que está a chegar.
Hossana nas alturas!





As Personagens

Nas personagens, temos como personagem singular Jesus: Ele apresenta-se como o protagonista da acção. Como personagem colectivas temos dois discípulos, aqueles que reclamaram com os discípulos por causa do jumentinho, a multidão que aclamava Jesus, e finalmente, os doze discípulos na sua totalidade. Destes, os dois discípulos são personagens secundárias e adjuvantes de Jesus. Já a multidão e os doze discípulos assumem o papel de figurantes. Por isso Jesus esta numa situação de superioridade em relação aos demais personagens: ele dá instruções aos discípulos (v.2), é aclamado pela multidão (v.9/10), é a única personagem que monta um animal.

Todas as personagens, exceptuando Jesus, são personagens planas, pois são reduzidas a um único traço. De resto, o narrador apenas constrói estes personagens traves do showing, isto é, através do agir das personagens, sem que acrescente qualquer outra informação a seu respeito.

Em termos de focalização, o texto apresenta-nos as personagens através da focalização externa, deixando ver o que sucede tal como o leitor o poderia observar. «quando se aproximavam de Jerusalém» (v.1), «Partiram e encontraram um jumentinho preso junto» (v.4), «Levaram o jumentinho» (v.7), « e Jesus montou nele» (v.7), «muitos estenderam as capas» (v.8), «tanto os que iam à frente como os que vinham atrás gritavam» (v.9).
Não se localiza no tempo qualquer focaliza-se d tipo interno ou de tipo zero.
Por conseguinte, do ponto de vista do que se sabe, a posição do leitor é igual à das personagens.
MODALIDADES DA ACÇÃO

Dever. Os discípulos devem fazer o que Jesus lhes pediu: ir à aldeia e trazer-lhe o jumentinho. No entanto, Jesus tem de os advertir: «E se alguém vos perguntar: ‘Porque fazeis isso? ‘respondei: ‘O Senhor precisa dele;’ e logo o mandará de volta » (v.3)

Querer: Jesus quer que os discípulos lhe tragam o jumentinho para ele montar.

Saber: A multidão aclama Jesus, mostrando saber quem ele é: «
Bendito seja o que vem em nome do Senhor!
10Bendito o Reino do nosso pai David que está a chegar.
Hossana nas alturas!
No entanto, nem a multidão nem os próprios discípulos sabem o verdadeiro alcance das suas palavras. Apenas Jesus sabe o verdadeiro alcance de tais palavras sobre a sua pessoa.
Ora, os que interpelam os discípulos que foram buscar o jumentinho, não sabem para que é que ele se destina, mesmo sendo esclarecidos pelos discípulos, segundo as próprias palavras de Jesus, pouco mais ficaram a saber. Os próprios discípulos não o deveriam compreendido bem. Só Jesus sabia porquê montar o jumentinho, dai saber que naquela aldeia estaria lá um animal à espera de ser montado por ele.


A intriga

Este micro-relato constitui uma intriga de resolução, já que temos uma acção
transformadora com consequência praticas os discípulos trazem a Jesus um jumentinho
que Ele montou e assim entrou em Jerusalém onde é aclamado pelo povo –v.7/9),
mas que é o mesmo tempo uma intriga de revelação, já que a forma com o povo aclama
Jesus permite ao leitor evoluir no conhecimento acerca de Jesus. De facto, o autor
parece querer pôr na boca daquela multidão a própria realidade acerca de Jesus:
«aquele que vem em nome do Senhor» (v.9/10).
A entrada de Jesus em Jerusalém

1-Estando próximos de Jerusalém, perto de Betfagé e de Betânia, junto ao Monte das Oliveiras, Jesus enviou dois dos seus discípulos 2e disse-lhes: «Ide à povoação que está em frente de vós e, logo que nela entrardes, encontrareis um jumentinho preso, que ainda ninguém montou. Soltai-o e trazei-o. 3E se alguém vos perguntar: ‘Porque fazeis isso? ‘respondei: ‘O Senhor precisa dele;’ e logo o mandará de volta.» 4Partiram e encontraram um jumentinho preso junto de uma porta, do lado de fora, na rua, e soltaram-no. 5Alguns que ali se encontravam disseram-lhes: «Que é isso de soltar o jumentinho?» 6Responderam como Jesus tinha dito e eles deixaram-nos ir. 7Levaram o jumentinho a Jesus, lançaram-lhe por cima as capas e Jesus montou nele. 8Muitos estenderam as capas pelo caminho; outros, ramos de verdura que tinham cortado nos campos. 9E tanto os que iam à frente como os que vinham atrás gritavam:
Hossana!
Bendito seja o que vem em nome do Senhor!
10Bendito o Reino do nosso pai David que está a chegar.
Hossana nas alturas!


2. A intriga ou trama

Estrutura Quinária


Situação inicial: «Estando próximos de Jerusalém, perto de Betfagé e de Betânia, junto ao Monte das Oliveiras.» (v.1)

: «enviou Jesus dois a dos discípulos e disse-lhe:” Ide à povoação que está em frente de vós e, logo que nela entrardes, encontrareis um jumentinho preso, que ainda ninguém montou. Soltai-o e trazei-o. E se alguém vos perguntar: ‘Porque fazeis isso? Respondei: O Senhor precisa dele e logo o mandará de volta.» (v.2/3)

Acção transformadora: «Partiram e encontraram um jumentinho preso junto de uma porta, do lado de fora, na rua, e soltaram-no. 5Alguns que ali se encontravam disseram-lhes: «Que é isso de soltar o jumentinho?» 6Responderam como Jesus tinha dito e eles deixaram-nos ir.» (v.4/6)

Desenlace: «Levaram o jumentinho a Jesus, lançaram-lhe por cima as capas e Jesus montou nele. Muitos estenderam as capas pelo caminho; outros, ramos de verdura que tinham cortado nos campos. E tanto os que iam à frente como os que vinham atrás gritavam:
Hossana!
Bendito seja o que vem em nome do Senhor!
Bendito o Reino do nosso pai David que está a chegar.
Hossana nas alturas!» (7/10)

Situação final: «Hossana! Bendito o Reino do nosso pai David que está a chegar» (v.10).

Resumo de Marcos


Divido, como a Bíblia dos Capuchinhos, o Evangelho em cinco secções. A primeira (1,1-13) é preliminar ao ministério de Jesus na Galileia: começa por apresentar Jesus Cristo, Filho de Deus, como aquele que é anunciado pelo profeta Isaías. É apresentado João Baptista, que baptizava no rio Jordão um baptismo de arrependimento dos pecados, e até ele vem Jesus de Nazaré para ser baptizado. Nesse momento, o Espírito desce sobre Ele na forma de uma pomba. Depois de ser baptizado, Jesus vai para o deserto, onde é tentado por Satanás.
De seguida, a segunda parte (1,14-7,23) começa com o ministério de Jesus na Galileia. Passando junto do mar, chama a si como discípulos Pedro, André, Tiago e João, e é na companhia deles que efectua uma série de curas milagrosas. Chama também a si pecadores e publicanos, causando uma série de transtornos aos escribas e doutores da Lei, não só por causa disto, mas também pelos seus ensinamentos acerca do jejum e do sábado. Jesus elege então doze dos seus discípulos para o acompanhar mais de perto e com eles prossegue o seu caminho pela Galileia (apesar de ser rejeitado pelo povo da sua aldeia de Nazaré), pregando, através de ensinamentos e parábolas, fazendo curas e causando um certo escândalo.
Na terceira secção (7,24-10,52), Jesus deixa a Galileia e passa por Tiro, Sídon e Decápole. Nesta viagem, continua a curar, exorcizar e entrar em polémica com os fariseus. Em Cesareia de Filipe, Pedro professa a sua fé em Jesus como o Messias, o qual não aceita porém que os discípulos o digam a alguém. Em seguida, Jesus anuncia pela primeira vez a sua Paixão – irá fazê-lo mais duas vezes no caminho para Jerusalém, destino final do caminho encetado a partir do capítulo 10.
A penúltima parte (11,1-13,17) do Evangelho fala do percurso de Jesus em Jerusalém, começando precisamente pela sua entrada messiânica na cidade, em cima de um jumentinho e aclamado pelo povo. Na cidade, entra em conflito com os vendilhões do templo e com os doutores da Lei e escribas, respondendo às suas perguntas e ensinando, por vezes através de parábolas. É ao sair do templo que Jesus anuncia a sua destruição. No Monte das Oliveiras fala aos discípulos acerca da perseguição futura, da destruição de Jerusalém e da vinda do Filho do Homem.
Na última parte (14,1-16,20), fala-se em primeiro lugar da traição de Judas, que vende aos sumos-sacerdotes a localização de Jesus. Este manda os discípulos prepararem o local onde comeriam os doze a Ceia Pascal. No decorrer da ceia, indica que um deles o trairá; depois, toma e distribui pelos discípulos um pão e um cálice com vinho, dizendo que eram o Seu corpo e o Seu sangue – é a instituição da Eucaristia. Ainda antes do fim da ceia, prediz a dispersão dos apóstolos logo após a sua morte e as três negações de Pedro. Depois de orar no Getsémani, aparecem guardas da parte das autoridades judaicas e prendem Jesus, graças à traição de Judas. Os guardas levam Jesus até ao Sinédrio, perante o Sumo-Sacerdote, mantendo-se, de início, em silêncio, até confessar-se como o Messias, Filho de Deus, o que lhe vale ser considerado réu de morte. Jesus é então levado até Pilatos, já que os judeus não tinham poder de o condenar à morte e, entretanto, Pedro nega por três vezes a Jesus. Pilatos, não sem alguma relutância, condena Jesus à morte. É então coroado de espinhos, conduzido até ao Calvário, local da crucifixão, num caminho marcado pelo escárnio quer da parte dos soldados romanos, quer da multidão. Jesus é então crucificado e morre na cruz. José de Arimateia pede a Pilatos o Seu corpo e deposita-o num sepulcro. No dia seguinte, algumas mulheres dirigem-se ao sepulcro mas não encontram o Seu corpo: um jovem vestido de branco diz-lhes que Jesus ressuscitou. Cheias de temor, fogem. Depois disto, Jesus ressuscitado aparece a Maria Madalena e a dois discípulos, até finalmente aparecer aos onze discípulos, ordenando-lhes que fossem pelo mundo inteiro a pregar o evangelho; depois de o dizer, sobe ao Céu e os discípulos partem para pregar por toda a parte.

Analepses em Marcos

Mc 6,17-29: Na verdade, tinha sido Herodes quem mandara prender João e pô-lo a ferros na prisão, por causa de Herodíade, mulher de Filipe, seu irmão, que ele desposara. Porque João dizia a Herodes: «Não te é lícito ter contigo a mulher do teu irmão.» Herodíade tinha-lhe rancor e queria dar-lhe a morte, mas não podia, porque Herodes temia João e, sabendo que era homem justo e santo, protegia-o; quando o ouvia, ficava muito perplexo, mas escutava-o com agrado. Mas chegou o dia oportuno, quando Herodes, pelo seu aniversário, ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais e aos principais da Galileia. Tendo entrado e dançado, a filha de Herodíade agradou a Herodes e aos convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o que quiseres e eu to darei.» E acrescentou, jurando: «Dar-te-ei tudo o que me pedires, nem que seja metade do meu reino.» Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei-de pedir?» A mãe respondeu: «A cabeça de João Baptista.» Voltando a entrar apressadamente, fez o seu pedido ao rei, dizendo: «Quero que me dês imediatamente, num prato, a cabeça de João Baptista.» O rei ficou desolado; mas, por causa do juramento e dos convidados, não quis recusar. Sem demora, mandou um guarda com a ordem de trazer a cabeça de João. O guarda foi e decapitou-o na prisão; depois, trouxe a cabeça num prato e entregou-a à jovem, que a deu à mãe. Tendo conhecimento disto, os discípulos de João foram buscar o seu corpo e depositaram-no num sepulcro.

Mc 14,71-72: Ele começou, então, a dizer imprecações e a jurar: «Não conheço esse homem de quem falais!» E logo cantou o galo pela segunda vez. Pedro recordou-se, então, das palavras de Jesus: «Antes de o galo cantar duas vezes, tu me terás negado três vezes.» E desatou a chorar.

Mc 8,17-19: Ainda não entendestes nem compreendestes? Tendes o vosso coração endurecido? Tendes olhos e não vedes, tendes ouvidos e não ouvis? E não vos lembrais de quantos cestos cheios de pedaços recolhestes, quando parti os cinco pães para aqueles cinco mil?»

Prolepses em Marcos

Mc 2,18-20: Estando os discípulos de João e os fariseus a jejuar, vieram dizer-lhe: «Porque é que os discípulos de João e os dos fariseus guardam jejum, e os teus discípulos não jejuam?» Jesus respondeu: «Poderão os convidados para a boda jejuar enquanto o esposo está com eles? Enquanto têm consigo o esposo, não podem jejuar. Dias virão em que o esposo lhes será tirado; e então, nesses dias, hão-de jejuar.»


Mc 9,31: porque ia instruindo os seus discípulos e dizia-lhes: «O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens que o hão-de matar; mas, três dias depois de ser morto, ressuscitará.»

Mc 10,32-34: Tomando de novo os Doze consigo, começou a dizer-lhes o que lhe ia acontecer: «Eis que subimos a Jerusalém e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei, e eles vão condená-lo à morte e entregá-lo aos gentios. E hão-de escarnecê-lo, cuspir sobre Ele, açoitá-lo e matá-lo. Mas, três dias depois, ressuscitará.»
Lucas

Lendo Lucas, apercebemos-nos que é um evangelho visual onde a questão do ver é uma trave mestre. Não se trata apenas de um “olhar para Jesus”, mas é uma visão que procura estabelecer uma relação, um conhecimento. Mas é uma visão que nos é relatada de forma dramática: há um ver e um não ver. Em 19,1-10, Zaqueu procurava ver Jesus; as próprias multidões acorriam ao seu encontro para vê-lo. Procura-se responder a esta pergunta: quem é Jesus? O drama da visão encontra uma síntese em Lc 24,14-34, no episódio dos discípulos de Emaús. É um texto que só aparece em Lc. Em Mt e Mc as aparições acontecem a pessoas conhecidas, mas a particularidade de Lc neste texto é que elas se dão a dois desconhecidos (sabemos somente o nome de um deles, Cleofas). Mas porque aparece somente em Lc? Em Lc temos duas tradições: por um lado a dos doze; por outro, a dos setenta e dois que são enviados em missão (10,1-12). É deste círculo alargado de discípulos que seguem Jesus que se pensam que fizessem parte os dois de Emaús. Há neste texto a pretensão duma construção da fé pascal que passa do ver ao crer. Os discípulos de Émaus estavam impedidos (krateo) de o reconhecer. Este verbo aparece no evangelho referido aos incrédulos, àqueles que recusam reconhecer (guinosko) Jesus. Estavam impedidos, em primeiro lugar, pela desilusão: pensavam que seria ele aquele que viesse libertar Israel. O “forasteiro” Jesus faz os discípulos falar, fazendo uma espécie de síntese daquilo que pensavam sobre ele. Primeiro dizem: Jesus de Nazaré. Para Lc Nazaré não é somente o lugar onde cresce Jesus, mas é o lugar da unção pelo Espírito que repousa sobre Ele, onde a sua morte como profeta é prefigurada pela recusa daqueles que são da sua terra (4,16-30). E continuam: Jesus de Nazaré, grande Profeta em obras e Palavra”. Esta expressão, “Profeta”, aparece também em Lc 13,34 (recusa) e em 7,16 (um grande Profeta apareceu entre nós. E todos glorificavam a Deus). Mas ele não é apenas um Profeta, mas é grande em palavras e obras. É a afirmação de Jesus como o Novo Moisés, que foi também um grande profeta em palavras e obras. E por último dizem: “esperávamos que foi ele quem viesse libertar Israel”, o mesmo que fez Moisés, libertar o povo de Israel do Egipto. Em todas estas palavras está uma intenção manifesta como entendiam Jesus. Mas tudo isso é pouco. Por isso Jesus lhes denuncia a insensatez e a dureza de coração para crer em tudo aquilo que os profetas tinham pré-anunciado. E leva-lhe do ver ao crer, ao reconhecimento de Jesus como Cristo e Messias. E o faz através da Mistagogia do caminho, da Palavra, da Casa onde entram, e da mesa, onde o reconhecem ao partir do pão. É aqui então que os discípulos de Emaús o reconhecem e confessam como Senhor (Kyrios): termo pós-pascal. É interessante ver como em Lc o 60% do evangelho falam da casa e duma refeição. Tanto é assim que alguns estudiosos dizem que Jesus foi morto pela forma como ele comia, da sua comensalidade, algo completamente novo porque come com os pecadores. Assim, o fim do Evangelho de Lc é o seu começo.
Mas o que mais caracteriza o evangelho de Lc é o lugar privilegiado que Jesus escolhe para auto-revelar-se: as refeições. São tipicamente de Lc os textos de 7,36-50 (Jesus é convidado para uma refeição na casa de um fariseu, onde aparece uma mulher pecadora que era a prostituta da cidade); 11,37ss (Jesus, convidado na casa de um fariseu para uma refeição, critica e distancia-se das leis de purificação dos copos e da lavagem das mãos); 14,1-24 (Jesus aparece como um “mestre de etiqueta” quando, convidado para uma refeição na casa dum dos chefes dos fariseus, estabelece o protocolo da mesa e de como as pessoas se deviam sentar). É interessante notar como em Lc o facto de Jesus ser um Benfeitor Divino representa apenas uma retórica da persuasão através da qual quer chamar à atenção, isto é, no sentido de olhar para a pessoa de Jesus como o cumprimento das promessas: ele é o verdadeiro Messias. Mas isto está presente de forma geral em todos os evangelhos. Em Lc, no entanto, ganha um aspecto fundamental não tanto o reconhecimento de Jesus como o Benfeitor Divino, mas o seu reconhecimento como tal a partir dum ponto de fricção, de divergência: as refeições com os pecadores. É aquele que muda as regras, que é acusado de comilão e beberrão (Lc 7,34), que come com os fariseus. Se no evangelho de Mt havia uma rivalidade com os fariseus, em Lc há uma espécie de implicação destes com Jesus (no cap. 13 são os próprios fariseus que alertam Jesus que Herodes quer matá-lo). Mas mais ainda, o facto de que quando por exemplo no envio dos setenta e dois (cap. 10) Jesus envia os discípulos a pregarem nas cidades, a entrarem nas casas e a comerem aquilo que lhes ofereciam, era lago completamente novo e ao mesmo tempo espantoso. Os filósofos cínicos, os próprios mestres judeus, faziam esta experiência de itinerância, mas no entanto eles não entravam nas casas para as refeições, apenas pediam esmolas para poderem comer. Percebemos então que Lc quer dar à mesa e às refeições um lugar de destaque: a mesa está cheia de implicações, é a questão do “comer com”, duma partilha de relações que é própria da mesa e da comensalidade (forte sentido antropológico das refeições). Mas é a partir da forma como Jesus o faz que se torna um suspeito (a primeira refeição de Jesus com os pecadores que nos aparece em Lc é a do capítulo 5, 27-32). Tanto é assim que Robert Karris disse que Jesus foi crucificado pela forma como ele comia.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sinópticos na perspectiva do teólogo Benito Marconcicni (semelhanças e diferenças)

- Sinóptico

A palavra sinóptico é utilizada para se referir aos Evangelhos Segundo Marcos, Mateus e Lucas, onde se encontra grande semelhança – daí o uso deste termo grego. Mas, desde quando é utilizado tal termo para estes Evangelhos?

Benito Marconcini[1], no seu livro “Os Evangelhos Sinópticos – Formação, Redacção e Teologia”, esclarece:

“O nome ‘sinóptico’ foi dado aos escritos dos três primeiros evangelhos pelo pesquisador alemão J. J. Griesbach, na sua obra Synopsis evangeliorum [Sinopse dos evangelhos], publicada em Halle, em 1776. Com efeito, Mateus, Marcos e Lucas têm semelhanças e diferenças, a ponto de se tornar possível imprimi-los em três colunas e com uma visão simultânea (syn – hopsis) verificar concordâncias e divergências”.

Desta forma temos uma visão conjunta dos três evangelhos, uma visão simultânea

(syn + hopsis = syn-hopsis).

- Sinópticas – semelhanças

Verifica-se assim que Marcos, Mateus e Lucas têm basicamente uma mesma estrutura, cronologia e geografia.

Há grandes semelhanças e podemos destacar blocos distintos de capítulos para o início da vida pública de Jesus após o baptismo, para o ministério de Jesus na Galileia, para o itinerário que Jesus fez da Galileia até Jerusalém e a actividade de Jesus na própria Jerusalém.

Podemos então constatar:

Acontecimento

Mateus

Marcos

Lucas

01 Jesus inicia vida pública após o baptismo

3,1 – 4,11

1,1-13

1 – 4,13

02 Ministério de Jesus na Galileia

4,12

1,14 – 9,50

4,14 – 9,50

03 Início da pregação

4,17 -começou a pregar..

1,14 - proclamando o evangelho...

4,14 – ensinava nas sinagogas...

04 Primeiro milagre

8,1 – cura de um leproso

1,21 – cura de um endemoninhado

3,33 – cura de um endemoninhado

05 Caminhada de Jesus da Galiléia até Jerusalém

19 – 20

10

9,51 – 19,27

06 Jesus em Jerusalém

21 – 28

11 – 16

19,28 – 24,53

Aqui o teólogo segundo a tabela é já perceptível que enquanto Mateus e Marcos dão grande destaque à actividade de Jesus na Galileia, Lucas, por sua vez, destaca a caminhada de Jesus que parte da Galileia até chegar em Jerusalém. Assim teologia lucana dá um outro relevo s este caminhada que não esta presente nos outro doi evangelistas.

- Sinópticos - diferenças

Conforme supra citado, encontram-se diferenças em blocos semelhantes nos três evangelistas sinópticos, por exemplo:

Marcos

Mateus

Lucas

- Os relatos da infância:

Não faz referência

Mateus narra dentro de uma perspectiva masculina, dando ênfase ao papel de José;

Lucas faz seu relato dentro de uma perspectiva feminina salientando a figura de Maria.

- As bem aventuranças:

Não faz referência

Mateus relata oito bem-aventuranças (Mt 5,1-12);

Lucas menciona apenas quatro bem-aventuranças (Lc. 6,20-23).

- Genealogia:

Não faz referência

Mateus remete até Abraão fazendo três grupos de 14 gerações (Mt 1,1-17);

Lucas relaciona setenta e sete nomes chegando até Adão (Lc. 3,20-38).

- Jesus ressuscitado:

Marcos remete para a Galileia

Mateus remete para a Galileia

Lucas para

Jerusalém.

Parábolas da misericórdia:

Não faz referência

Mateus não tem

Somente em Lucas (Lc.15)

Número de Versículos:

678 Versículos

1.068 Versículos

1.149 Versículos.

O teólogo Benito Marconcini refere ainda que as datas de composição dos Evangelhos determinam a diferença quer no que diz respeito à sua extensão, quer na profundidade da reflexão teológica dos acontecimentos relatados.




[1] Benito Marconcini, nasceu a 1938, é sacerdote desde 1962, doutor em Teologia e Letras Clássicas. Licenciado em Sagrada Escritura e lecciona no Studio Teologico Fiorentino.