quarta-feira, 20 de outubro de 2010

004| SINÓPTICOS

Tipificação dos milagres de Jesus em Mc 1, 40-45

Marcos como os restantes Evangelistas teve as suas fontes e tradições, e teve objectivo de contá-las, cristalizá-las por escrito, desde modo ele tipificou e arranjou um esquema para narrar os milagres, sinais e exorcismos, divido em seis pontos ou momentos, 1º momento é a aproximação do indigente, ou seja, aquele susceptível de receber auxílio de Cristo; 2º a petição do indigente; 3º o obstáculo, posteriormente vencido como demonstração de fé; 4º a acção de Jesus, através de um gesto ou duma palavra proferida; 5º o efeito, isto é, a cura produzida e o 6º momento e último é a reacção ao milagre, seja ela dos presentes, a da multidão, que serve como atestação do facto.

Mc 1, 40-45 (Cura de um leproso)
40Um leproso veio ter com Ele, caiu de joelhos e suplicou: «Se quiseres, podes purificar-me.» 41Compadecido, Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: «Quero, fica purificado.» 42Imediatamente a lepra deixou-o, e ficou purificado. 43E logo o despediu, dizendo-lhe em tom severo: 44«Livra-te de falar disto a alguém; vai, antes, mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que foi estabelecido por Moisés, a fim de lhes servir de testemunho.» 45Ele, porém, assim que se retirou, começou a proclamar e a divulgar o sucedido, a ponto de Jesus não poder entrar abertamente numa cidade; ficava fora, em lugares despovoados. E de todas as partes iam ter com Ele.

1. Aproximação do indigente: v. 40 “Um leproso veio ter com Ele,…”.

2. Petição: v. 41 “caiu de joelhos e suplicou: «Se quiseres, podes purificar-me.»”.

3. Obstáculo: Nesta passagem o obstáculo não é evidente, digo, é subentendido, e ele está presente no v. 40. Quando o leproso chega junto de Jesus e ante o seu silêncio ou melhor antes que Ele falasse, o leproso toma a palavra. E qual a razão de tal comportamento? Quando é Jesus que normalmente inicia o diálogo? Isto acontece e o leproso age assim porque conhece a sua tradição e segundo a sua tradição, a judaica a lepra era considerada como a doença mais terrível. E existia cuidado em evitá-la e evitar todos aqueles que a contraiam a todo o custo, chegando ao ponto de excluir os leprosos da comunidade. A legislação mosaica (Lv 13,1-46) sobre a lepra está elaborada sem preocupações terapêuticas, porque o seu fim é defender e preservar a comunidade religiosa de qualquer contaminação[1]. E partindo do pressuposto que tanto o leproso como Jesus deviam saber desta lei moisaica, o leproso com medo de ser excluído e rejeitado por Jesus ou até ser afastado de Jesus pela multidão, o leproso toma ele primeiro a palavra, no momento em que se dirige a Jesus, para ser curado.

4. Acção de Jesus:
v. 41 “Compadecido, Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: «Quero, fica purificado.»”.

5. Efeito: v. 42 “Imediatamente a lepra deixou-o, e ficou purificado.”.

6. Reacção: v. 45 “Ele, porém, assim que se retirou, começou a proclamar e a divulgar o sucedido, a ponto de Jesus não poder entrar abertamente numa cidade; ficava fora, em lugares despovoados. E de todas as partes iam ter com Ele.”.

Pasadas Pimenta
Omnes cum Petro ad Jesum per Mariam

[1] cf. Bíblia Sagrada, Difusora Bíblica, Nota Lv 13,1

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