quarta-feira, 6 de outubro de 2010

002| SINÓPTICOS

1. Identificar uma sequência.

Em Lucas podemos identificar uma sequência em 20,1-21,38, que se situa parte dedicada aos Ensinamentos de Jesus no Templo. Uma sequência é contítuida por vários micro-relatos e esta é constituida por quatorze, sendo eles de 20,1-8.9-19.20-26.27-40.41-44.45-47; 21,1-4.5-6.7-11.12-19.20-24.25-28.29-33.34-36.37-38.
Os critérios identificadores de um micro-relato são o Tempo (Ex:No dia seguinte…), o Espaço (Ex:Jesus na Sinagoga…), a mudança de Personagens e a mudança de Tema. Contudo não é necessário que em cada Micro-relato aconteça a variação de todos os critérios, mas que aconteça variação.
E em todos os quatorze micro-relatos aconteçe variações nos critérios (Tempo, Espaço, Personagens e Tema).

2. Critérios identificadores de um micro relato.

O micro-relato escolhido para aplicar os critérios é a passagem Lc 20,1-8:
“1Num daqueles dias, estando Ele no templo a ensinar o povo e a anunciar a Boa-Nova, apresentaram-se os sumos sacerdotes, os doutores da Lei e os anciãos 2e dirigiram-lhe a palavra, dizendo: «Diz-nos com que autoridade fazes estas coisas, ou quem te deu tal autoridade.» 3Respondeu-lhes: «Também Eu vou fazer-vos uma pergunta. Dizei-me: 4o baptismo de João era do Céu, ou dos homens?» 5Eles começaram a discorrer entre si, dizendo: «Se respondermos que era do Céu, Ele dirá: ‘Porque não acreditastes nele?’ 6Se respondermos que era dos homens, todo o povo nos apedrejará, porque consideram João como profeta.» 7Responderam, então, que não sabiam de onde era. 8Jesus disse-lhes: «Também Eu não vos digo com que autoridade faço isto.»”

a) Tempo: 1Num daqueles dias…

b) Espaço: 1… estando Ele no templo…

c) Personagens: 1… estando Ele (Jesus); … a ensinar o povo; … apresentaram-se os sumos sacerdotes, os doutores da Lei e os anciãos.

d) Tema: 2…autoridade fazes estas coisas (ensinar o povo e anunciar a Boa-Nova).

Classificar a intriga:
Quanto à classificação da intriga, existem dois tipos de resolução e revelação.
A intriga deste micro-relato é de revelação acerca da Autoridade de ensinar e anunciar de Jesus.

Classificar os personagens:
Existem dois tipos de personagens nos textos Sinópticos, aquando dos diálogos de Jesus com as mesmas: Personagens planas são as personagens que não sofrem alterações; e Personagens Redondas, são as personagens que mudam ou sofrem alterações nos diálogos.
E neste micro-relato existem as duas, Jesus é uma personagem plana e o povo e os sumos sacerdotes, os doutores da Lei e os anciões são personagens redondas, são redondas porque primeiro o povo sofre alterações com o ensino e o anuncio feito por Jesus e os sumos sacerdotes, os doutores da Lei e os anciões, traziam a intenção de julgar Jesus e forma eles os julgados.

3. Emprego do esquema quinário ao micro-relato de Lc 20,1-8:

a) Situação Inicial: 1Num daqueles dias, estando Ele no templo a ensinar o povo e a anunciar a Boa-Nova, …

b) Nó: … apresentaram-se os sumos sacerdotes, os doutores da Lei e os anciãos 2e dirigiram-lhe a palavra, dizendo: «Diz-nos com que autoridade fazes estas coisas, ou quem te deu tal autoridade.»

c) Acção transformadora: 3Respondeu-lhes: «Também Eu vou fazer-vos uma pergunta. Dizei-me: 4o baptismo de João era do Céu, ou dos homens?»

d) Desenlace: 5Eles começaram a discorrer entre si, dizendo: «Se respondermos que era do Céu, Ele dirá: ‘Porque não acreditastes nele?’ 6Se respondermos que era dos homens, todo o povo nos apedrejará, porque consideram João como profeta.»

e) Situação final: 7Responderam, então, que não sabiam de onde era. 8Jesus disse-lhes: «Também Eu não vos digo com que autoridade faço isto.»”

4. Emprego do esquema quinário ao micro-relato de Lc 20,9-19:

a) Situação Inicial: 20Então, puseram-se à espreita e mandaram-lhe espiões, que se fingiam justos com o fim de o surpreender em alguma palavra, para o entregarem ao poder e à jurisdição do governador.

b) Nó: 21Fizeram-lhe a seguinte pergunta: «Mestre, sabemos que falas e ensinas com rectidão e não fazes acepção de pessoas, mas ensinas o caminho de Deus segundo a verdade. 22Devemos pagar tributo a César, ou não?»

c) Acção transformadora: 23Conhecendo a sua astúcia, Ele respondeu-lhes: 24«Mostrai-me um denário. De quem é a efígie e a inscrição?»

d) Desenlace: 24… Eles disseram: «De César.» 25Disse-lhes, então: «Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.»

e) Situação final: 26Não conseguiram apanhar-lhe uma palavra em falso diante do povo; ao contrário, admirados com a sua resposta, ficaram calados.

José Manuel Pasadas Figueira Pimenta
Omnes cum Petro ad Jesum per Mariam

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