quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Análise ao relato da tempestade acalmada presente nos Evangelhos sinópticos.

Mt 8, 23-27. Mc 4,35-41. Lc 8, 28-25.
Olhando o episodio da tempestade acalmada nos sinópticos deparamo-nos com algumas diferenças. No seu todo pretendem responder ao mesmo, o relatar um episódio da vida de Jesus.
O relato de São Mateus aparece-nos como o mais reduzido. Os pormenores são reduzidos limitando-se a apresentar o essencial. É seu objectivo de forma rápida apresentar o essencial. Aqui também não aparece tanto o relato de Jesus a acalmar o mar mas a grande pergunta aos discípulos “Porque temais, homens de pouca fé?” Mt 8, 26.
No relato de São Marcos, a descrição amplia-se. O barco que não é só um mas um de entre outros que o acompanhavam, “levaram-no consigo, no barco onde estava, e havia outras embarcações com Ele.” Mc 4, 36; o barco que se enchia de água, “já estava quase cheio de água” Mc 5, 37; Jesus que dormia sobre uma almofada, “Jesus, à popa, dormia sobre uma almofada.” Mc 4, 38.
O Evangelho de São Lucas apresenta um extensão intermédia entre o de São Marcos e o de São Mateus, quer na extensão que no relato descritivo de pormenores.
Ao ler estes relatos surge a pergunta se estes foram escritos para perpetuar os feitos de Jesus sobre a Natureza ou a falta de fé daqueles a quem Jesus tinha escolhido como os seus discípulos. É o perceber as varias tónicas que estes relatos podem adquirir dependendo do próprio leitor.
É de notar que cada evangelista utiliza um vocabulário próprio posto na boca dos apóstolos para chamarem Jesus de modo a acorda-Lo: São Mateus, kúrie; São Marcos, didáskale; São Lucas, ’epistáta. Estas diferenças são também demonstradoras do diferente entendimento da pessoa de Jesus.

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