sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Dei Verbum 21

Esclarecimento da Pontifícia Comissão para a Interpretação dos Documentos do Concílio Vaticano II

"Se nas palavras «21. Divinas Scripturas sicut et ipsum Corpus dominicum semper venerata est Ecclesia, cum, maxime in sacra Liturgia, non desinat ex mensa tam verbi Dei quam Corporis Christi panem vitae sumere atque fidelibus porrigere.» da Constituição dogmática sobre a Divina Revelação Dei Verbum, o advérbio sicut pode significar que a veneração devida à Sagrada Escritura e a veneração à SS. Eucaristia é igual ou a mesma.

Deve ser dada veneração, tanto à Sagrada Escritura como ao Corpo do Senhor, mas com modo e razão diversos, como se esclarece a partir da Constituição da Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium n.7, a Encílica Mysterium Fidei e a Instrução da Sagrada Congregação dos Ritos Eucharisticum Mysterium n.9."

Paulo VI, Audiência de 5 de Fevereiro de 1968. Acta Apostolicae Sedis, 1968, pág. 362.

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Mysterium Fidei

36. De outro modo, também verdadeiríssimo, Cristo está presente à sua Igreja enquanto ela prega, sendo o Evangelho, assim anunciado, Palavra de Deus, que é anunciada em nome de Cristo, Verbo de Deus Encarnado, e com a sua autoridade e assistência, para que haja "um só rebanho, cuja segurança virá de ser um só o pastor".

40. Estas várias maneiras de presença enchem o espírito de assombro e levam-nos a contemplar o Mistério da Igreja. Outra é, contudo, e verdadeiramente sublime, a presença de Cristo na sua Igreja pelo Sacramento da Eucaristia.

41. Esta presença chama-se "real", não por exclusão como se as outras não fossem "reais", mas por antonomásia porque é substancial, quer dizer, por ela está presente, de facto, Cristo completo, Deus e homem. Erro seria, portanto, explicar esta maneira de presença imaginando uma natureza "pneumática", como lhe chamam, do corpo de Cristo, natureza esta que estaria presente em toda a parte; ou reduzindo a presença a puro simbolismo, como se tão augusto Sacramento consistisse apenas num sinal eficaz "da presença espiritual de Cristo e da sua íntima união com os féis, membros do Corpo Místico".

Sacrosanctum Concilium

7. Para realizar tão grande obra, Cristo está sempre presente na sua igreja, especialmente nas acções litúrgicas. Está presente no sacrifício da Missa, quer na pessoa do ministro - «O que se oferece agora pelo ministério sacerdotal é o mesmo que se ofereceu na Cruz» -quer e sobretudo sob as espécies eucarísticas. Está presente com o seu dinamismo nos Sacramentos, de modo que, quando alguém baptiza, é o próprio Cristo que baptiza. Está presente na sua palavra, pois é Ele que fala ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura. Está presente, enfim, quando a Igreja reza e canta, Ele que prometeu: «Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt. 18,20).

Eucharisticum Mysterium, n. 9 (In edrel 2502)

Neste Sacramento, com efeito, está presente substancial e permanentemente, de modo singular, Cristo total e íntegro, Deus e Homem.

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